sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

As Vantagens de ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower) - Filme


Eu tive chances de ir ao cinema assistir esse filme. Eu fui impelida para tal. Eu hesitei na bilheteria. E não fui. Mas teimosa como toda ariana, baixei para assistir em casa e me arrependi. Me arrependi de não ter ido ao cinema, porque esse filme é fantástico.  Tudo bem que eu não li o livro homônimo que deu origem ao filme, mas a história me pareceu uma versão moderna e cinematográfica de  “O Apanhador do Campo de Centeio”. Bem eu adoro o Apanhador, e também adoro filmes que levam a sério a temática adolescente, justamente porque essa é a melhor fase da vida, e embora seja breve não há nada de leviano nela. É a partir dessas últimas experiências de transição entre a juventude e a maturidade que melhor se delineia quem seremos.


A história é narrada por Charlie (Logan Lerman) - um adolescente tímido e impopular, que tem dificuldades para interagir em sua nova escola devido a um trauma de infância. A narrativa se dá através de uma série de cartas para uma pessoa anônima e explora as fases difíceis da adolescência. Embora seja bom estudante, pesa sobre ele a falta de interação social... até o dia em que dois amigos, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele, integrando-o e ensinando-o outras facetas da vida.

Emma Watson
Sei lá, eu detesto parecer aduladora, mas eu tenho uma série de elogios à fazer a esse filme, desde a ótima atuação de Ezra Miller e Emma Watson, que estão absolutamente encantadores, até a deliciosa trilha sonora, passando pelos figurinos, e a perfeita mescla entre drama leve e intenso. Outro elogio particular é sobre o nome do filme. O que dizer desse nome “The Perks of Being a Wallflower?" é tão sonoro e tão pungente aos meus ouvidos. Sem contar a própria brincadeira presente no nome, pois ser invisível não atribui nenhuma vantagem direta para o personagem de Logan Lerman , a não ser a de torná-lo um espectador e portanto um ótimo “leitor de pessoas”. Mas aí é que mora a chave do filme. Ser um bom leitor do ser humano é característica imprescindível ao bom escritor. E é justamente através da palavra que ele encontra a fuga e o encontro consigo mesmo. é apenas através da palavra que sua história de vida se torna conhecida. é apenas através da palavra que ele consegue se expressar por inteiro. Sua qualidade de invisível o torna portanto, extremamente visível no final das contas. 

Ezra Miller
Embora o filme siga essa modernosa fórmula indie o roteiro não deixa de ser inteligente, divertido e duro. Tem seus defeitos, não é um clássico, mas ele me caiu muito bem no dia de ontem. Ando achando tão difícil um filme que consiga conter seriedade e leveza ao mesmo tempo, aliais anda sendo difícil encontrar isso nas pessoas e em mim mesma, portanto é algo que admiro. Não gosto de coisas vazias, mas ando estafada do transbordamento de sentidos.

Me sinto quase que obrigada a finalizar esse post com a frase que talvez seja a mais marcante do filme:

"We accept the love we think we deserve”.
Logan Lerman e Emma Watson
                              “A gente aceita o amor, que acha que merece”.

Dava para ser melhor?


Direção: Stephen Chbosky | Roteiro: Stephen Chbosky | Produção: John Malkovich, Lianne Halfon e Russell Smith

Um comentário:

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