domingo, 30 de dezembro de 2012

Declínio do Patriarcado: a família no imaginário feminino – Elódia Xavier


Enquanto meus estudos feministas avançam, eu acabei de devorar mais um. Concordo que não é um livro abertamente feminista, mas uma feminista reconhece outra quando lê. Em algumas nuances a autora deixa escapar para que veio. O livro “Declínio do Patriarcado” pretende analisar a abordagem da temática familiar em livros escritos por mulheres. Começando por Júlia Lopez de Almeida, depois pela famosa Clarice Lispector, avançando por Rachel de Queiroz, deslizando por Lygia Fagundes Teles, Adélia Prado, Lya Luft até alcançar nomes menos conhecidos por aqui, como Sonia Coutinho, Zulmira Ribeiro Tavares e Helena Parente Cunha.

Adorei ver tantas obras de escritoras tão maravilhosas sendo analisadas a partir de um tema tão complicado e abrangente como a família. Como fala Sylvia Mello no prefácio do livro: 

“Estas são possibilidades que o livro de Elódia Xavier explora. O olhar da mulher é o puro olhar da alteridade derramado sobre um mundo construído essencialmente pelo olhar masculino. O modo deste olhar ver a mulher e a família, em algumas obras literárias escritas por mulheres, é trabalhado por Elódia no sentido de penetrar, com as autoras, no âmago da condição feminina, mas não dentro das quatro paredes onde escorre a vida familiar.” 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A tristeza é como o maço de cigarros que você compra na banca de jornais.

 por Ariana G. Mendonça 

A tristeza em muito se assemelha a um maço de cigarros. Se você reparar, na maioria das vezes é você quem procura pela tristeza, poucas vezes ela realmente se impõe à você. Mas esse fato nós nunca admitiremos.Assim como na maioria das vezes, escolhemos deliberadamente comprar nossos cigarros. Não é propriamente o vicio que nos impele. Ele é apenas uma desculpa. Discorda?
        De qualquer maneira duvido que alguma vez você tenha achado um maço de cigarros pela calçada que por acaso te diz:
_ Que tal um trago hoje? Juro que não te farei mal.
        Não, meu amigo. Isso nunca vai acontecer. Cigarros não falam, cigarros não pedem. Você sim. Mas mesmo assim você insiste em dizer que ele é mais forte que você.  Então tudo bem, você compra e abre o maço, assim como quem sofre e remoe tristeza: PORQUE QUER. 
          Então você olha atentamente os cigarros ali dentro dispostos. Comprimidos daquele jeito parecem muitos, MUITOS. Parece que  você nunca vai dar cabo de todos eles. Assim como você acha que nunca vai superar a tristeza quando está triste. Mas  a tristeza acaba, assim como uma hora inevitavelmente os seus cigarros acabarão. Você sabe que um por um, eles serão fumados. Assim como as tristezas são derrotadas uma de cada vez. Isso não é nenhuma novidade.Mas ainda assim sempre que compra um maço novo, é invadido pela sensação de que o maço não tem fim. Toda nova tristeza é como uma barreira a se transpor, se você nunca viu, sempre vai achar que é impossível passar por ela.
        Os maços de cigarros são exatamente como a vida. Você abre a vida. E vez por vez escolhe a tristeza que vai tragar - ou melhor que vai tragar você - É como se cada cigarro representasse um tipo de dor na vida: um dia você pega a solidão, outro o medo,  outro ainda a doença, e por vezes o desespero, a desilusão, a morte...
        Então você pega um cigarro e encaixa ele no canto da boca, acende e espera. Quando você traga a fumaça para dentro, por mais que solte uma grande parte para fora em maciças e compactas unidades de alcantrão a maior parte reside mesmo é dentro de você. É como desabafar com um amigo, você alivia a pressão mas não desaparece com ela. A fumaça segue penetrando a carne, se instalando nos pulmões, volvendo sua carne. A tristeza nunca abita uma só parte do corpo. Geralmente ela faz doer todas as partes. É como tomar uma surra. A fumaça logo distribuirá suas substancias danosas às outras partes do corpo e as afetarão. Coração, pulmão, estomago, pau, cérebro. Infarto, insuficiência  câncer  impotência  AVC. Com o passar do tempo e cigarro atras de cigarro. Com o passar dos anos, com tristeza acumulada à tristeza um dia você se descobre doente.
Incurável.
Cansado da vida.
Anseando a morte.
      E quando você percebe  que enfim o cigarro levou a melhor dos dois. Você abre a gaveta da mesinha ao lado da maca e olha bem no fundo da caixinha de papel, pega o último cigarro e o segura na ponta dos dedos.Você encara ele de frente pela primeira vez . Então você pendura ele no canto dos lábios e acende com o fogo estável do seu esqueiro uma vez mais. E traga. E traga com vontade a melhor dose de tristeza da sua vida. Porque  é finalmente a última. A saidera da morte ,é a tristeza.


13/07/2011

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Inside Job/ Trabalho Interno: Maldito 1% de Wall Street



"Porque um engenheiro financeiro ganha quatro vezes a cem vezes mais do que um engenheiro de verdade? Um engenheiro real constrói pontes,um engenheiro financeiro constrói...constrói sonhos. E quando esses sonhos transformam-se em pesadelos, outras pessoas pagam por eles." 

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