Contato/ Autora

         

Me chamo Ariana, tenho 23 anos e sou formada em Turismo pela Unirio, ainda que a minha paixão seja a Literatura. Moro no Rio de Janeiro, sou paradoxal, misantropa, impulsiva, amante das letras, pouco musical, cinéfila e feminista.
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Decidi criar o blog quando percebi que a minha relação com os livros era um pouco anormal :)

O fato é que me sinto abstêmica quanto me afasto dos livros por mais de 24 horas. Eu sinto que preciso deles física e psicologicamente. Nos dias em que estou cansada demais para ler, me contento em estar apenas rodeada por alguns. Eles são as melhores companhias inanimadas do mundo! E quando não posso estar perto deles, me sinto bem desde que alguns trechos e sensações do último lido ainda ecoem dentro de mim. Ter um blog sobre Literatura, facilita o processo de ecoar essa voz.

Então decidi criar esse blog em fevereiro de 2012. Afinal, era chegada a hora de organizar a bagunça de ler de três à quatro livros por mês e então começar a confundir as histórias na minha cabeça. Eu precisava guardar melhor as frases que tirava desses livros, porque anotando em papéis pequenos eu sempre os perdia pela casa. O mesmo acontecia com meus textos - que nasciam em versos de extrato de banco, guardanapos, folhas de caderno e afins, e que também acabavam se perdendo. Pois bem, agora eles também tem uma casa. 

Eu precisava arquivar melhor a bagagem cultural dentro de mim. Embora, deva admitir que não resenho nem metade dos livros que leio, e que os meus papéis continuam jogados pela casa.

Alguns hábitos são difíceis de matar...

Três filmes: 
- O Acossado, do Godard
- 8½, do Federico Fellini.
- Clube da Luta,do David Fincher

Três escritores: 
- Jack Kerouac
- Charles Bukowski
- Elisa Lucinda

Três músicas:

Vaca Profana - Caetano Veloso
I bet that you look good on the dancefloor - Artic Monkeys
Ne me quite te pas - Jacques Brel



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  Ariana e seus livros velhos,




Vivo pelos sebos da vida, comprando livros velhos e baratos e posso dizer que os livros escolhem a mim e não ao contrário. Isso se dá porque, como na maioria das atividades das quais se pode desfrutar sem dispor de grandes quantidades de dinheiro, eu me sinto liberta. Eu me sinto livre para deixar os livros me escolherem, ao contrário de me sentir pressionada pela limitação da escolha. 

A escolha, ao contrário do devir deve ser planejada, já que dentre outras coisas implica em gastar dinheiro, ou como alguns gostam de chamar “fazer um investimento”. Como não sou uma afortunada, no sentido não-literário da palavra, não posso me dar ao desfrute de entrar em uma dessas gigantescas bookstores e comprar 20 livros de uma vez. Coisa que já fiz em sebos e feiras. Não que alguns livros não tenham o direito de serem caros. O problema é que conhecimento e dinheiro são dois pesos e duas medidas. Parto do princípio de que o livro é antes de tudo, conteúdo. Então, como pode alguém valorar o conteúdo? Como podem as leis de mercado influenciar na obtenção de conhecimento? O engraçado é que eu não daria um real em um dos Best-selleres mais caros do mercado, ao passo que pagaria cem reais, por livros que já encontrei por um real. Entende? Valorar o intangível é um tarefa muito confusa para mim.

Sei que no mundo em que vivemos desejar afastar o livro do capital é uma perspectiva utópica. Mas o livro é uma paixão tamanha em minha vida, que quero consumi-lo em demasia, sem limitações, especialmente as monetárias. Ao meu olhar sempre tão medíocres. E eu não sou a única que pensa assim, Erasmo uma vez disse: Quando tenho algum dinheiro, compro livros. Se ainda me sobrar algum, compro roupas e comida. Por mim, deveríamos comprar mais livros e menos comida, porque a barriga já está redonda, enquanto a cabeça ainda está quadrada. Então, quando passo pelo moço das esteiras, com aquele tanto de livros desconhecidos espalhados pelo chão e ele me diz:

_ Moça, qualquer livro é 5 reais, fica à vontade 
– Não posso impedir que meus olhos brilhem.


Então, quando todos os livros se apresentam a mim com valores similares é que eu me sinto livre para descobrir seus Reai$ valores. É que eu sinto que posso escolher o livro pelo que ele é. Eu não me sinto limitada pelo que não posso comprar, me sinto um ser literariamente disponível. Não me sinto baixa, nem mesquinha. O conhecimento não está longe de mim. Percebe o que eu quero dizer? Livro, livremente, livroemente. A coisa se encaixa, se completa, se explica em um nível subatômico, que o dinheiro não é capaz de comprar, contar e muito menos de sentir.   Não me importa o que os economistas falam e nem quanto as pessoas enriquecem. Porque sei que a história jamais será impressa em cédulas. A memória das pessoas continuará sendo eternizada em um conjunto de folhas de papel chamado livro.






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