quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Dois lados da mesma moeda


Às vezes precisamos é de uma tarde vazia. Da completude do silêncio. Da pacífica letargia. De evoluir no nada, se espalhar pelas horas, sem fôlego sem razão, apenas se desfazer liquidamente no tempo até encontrar a paz no ócio. Se esvair em branco.

Do que a gente precisa é um pouco de humanidade de um pouco de gentileza, para não se afogar no que nos tornamos. Uma pessoa que se converte em ações rudes e inumanas. Uma pessoa que só pode ser resumida em ações, porque não há voz, sentimentos ou palavras que a descrevam. Porque ela virou pedra, ela virou pedra. Que segue rolando entre tantas outras pedras no meio da cidade.

Nossa superioridade numérica nos fez burros e diminutos. Não estávamos preparados para enfrentar isso. Nunca estivemos. Sermos confrontados com a nossa estupidez e sorrir. E passar por cima: nossas rodas rolando por cima de nossas cabeças, das cabeças alheias e sorrimos. Nós sorrimos quando nos safamos. Nós choramos com a dor alheia. Nós não sabemos o que fazer. De nós mesmos e com os outros. Fúteis e tolos. Belos e mortais.

Nós somos tantos em um só. E somente um, entre tantos outros. Ficamos confusos. Ficamos sentimentais. Estamos buscando ressarcimento pelas nossas perdas. Estamos buscando justificativa para nossos medos e as encontramos em abundância. Mas ainda não é o suficiente. Não estamos safisfeitos. Precisamos de algo mais para calar a voz. Para abafar o grito interno. Para selar a paz entre nossa alma fatigada e nosso corpo fatigado: dois lados da mesma moeda. 

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