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Flora Rheta Schreiber (1918-1988) Americana |
A escolha desse livro ainda é um enigma para mim. Não sei o porquê de tê-lo comprado. A capa não me chamou a atenção, a autora me era completamente desconhecida, e o título não me dava muita informação. Ainda que o livro não tenha sido um rombo no meu orçamento, ele teve que ser escolhido, e o foi, dentre muitos outros. Não posso dizer que me arrependi. Dentre tudo que li, admito que o tema desse livro é bastante original, e eu estava precisando disso. O que deixa a desejar é a escrita da autora, que não é lá essas coisas. Me peguei pensando que se essa idéia tivesse antes, assaltado um expert como o Stephen King, então teríamos um clássico da literatura universal. Mas como a perfeição é só com Deus, sigamos...
Sybil é uma história baseada em fatos reais de uma mulher com personalidade múltipla. Até aí, nada de muito chocante, né? Mas o que você diria de 16 personalidades, cada uma completamente diferente da outra dentro de uma única pessoa? E se o período em que essas personalidades ‘atuassem’ representasse um branco total na memória? Como será ser pego desprevenido no meio da neve, em um local desconhecido com apenas um casaco fino, sem se lembrar de como se chegou lá? Esses são episódios comuns na vida de Sybil Isabel Dorsett, a personagem atormentada do livro, a qual a Dra. Wilbur, sua psicanalista tenta ajudar em um processo de reintegração das personalidades. E vou te contar, tentar fazer essa mulher virar uma só é quase um milagre. Portanto, garotos, parem de reclamar da sua ‘mulher de fases’, esse caso é way, way worse.

Obviamente que se a história fosse ficcional não seria tão atraente. E embora a literatura ficcional esteja presente na medida em que foi necessária para recriar situações e emoções da personagem, a verdade cientifica do tratamento foi mantida. Ler e compreender que o caso Sybil Dorsett foi real é muito louco. Senti apenas falta de uma história melhor escrita, e com certeza essa trama daria um ótimo roteiro para o cinema. Se eu recomendaria a leitura? Bem, depende.... eu diria que se você é interessado em psicologia e literatura: com certeza. E se você, como eu, é capaz de suportar o amargo para obter o doce, com certeza também! Se não for, tudo bem, pois existem tantos peixes no mar, quanto livros na livraria. Bon chance!