Eu
tive chances de ir ao cinema assistir esse filme. Eu fui impelida para tal. Eu hesitei
na bilheteria. E não fui. Mas teimosa como toda ariana, baixei para assistir em casa e me arrependi. Me arrependi de não ter ido ao cinema, porque
esse filme é fantástico. Tudo bem que eu não li o livro homônimo que deu origem ao filme, mas a história me pareceu uma versão moderna e cinematográfica de “O Apanhador do Campo de Centeio”. Bem eu adoro o
Apanhador, e também adoro filmes que levam a sério a temática adolescente,
justamente porque essa é a melhor fase da vida, e embora seja breve não há nada
de leviano nela. É a partir dessas últimas experiências de transição entre a juventude
e a maturidade que melhor se delineia quem seremos.
A história é
narrada por Charlie (Logan Lerman) - um adolescente tímido e impopular, que tem
dificuldades para interagir em sua nova escola devido a um trauma de infância.
A narrativa se dá através de uma série de cartas para uma pessoa anônima e
explora as fases difíceis da adolescência. Embora seja bom estudante, pesa
sobre ele a falta de interação social... até o dia em que dois amigos, Patrick
(Ezra Miller) e Sam (Emma Watson), passam a andar com ele, integrando-o e
ensinando-o outras facetas da vida.
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Emma Watson |
Sei
lá, eu detesto parecer aduladora, mas eu tenho uma série de elogios à fazer a
esse filme, desde a ótima atuação de Ezra Miller e Emma Watson, que estão
absolutamente encantadores, até a deliciosa trilha sonora, passando pelos
figurinos, e a perfeita mescla entre drama leve e intenso. Outro elogio
particular é sobre o nome do filme. O que dizer desse nome “The Perks of Being
a Wallflower?" é tão sonoro e tão pungente aos meus ouvidos. Sem contar a
própria brincadeira presente no nome, pois ser invisível não atribui nenhuma
vantagem direta para o personagem de Logan Lerman , a não ser a de torná-lo um
espectador e portanto um ótimo “leitor de pessoas”. Mas aí é que mora a chave
do filme. Ser um bom leitor do ser humano é característica imprescindível ao
bom escritor. E é justamente através da palavra que ele encontra a fuga e o
encontro consigo mesmo. é apenas através da palavra que sua história de vida se
torna conhecida. é apenas através da palavra que ele consegue se expressar por
inteiro. Sua qualidade de invisível o torna portanto, extremamente visível no
final das contas.
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Ezra Miller |
Embora
o filme siga essa modernosa fórmula indie o roteiro não deixa de ser
inteligente, divertido e duro. Tem seus defeitos, não é um clássico, mas ele me
caiu muito bem no dia de ontem. Ando achando tão difícil um filme que consiga
conter seriedade e leveza ao mesmo tempo, aliais anda sendo difícil encontrar
isso nas pessoas e em mim mesma, portanto é algo que admiro. Não gosto de
coisas vazias, mas ando estafada do transbordamento de sentidos.
Me
sinto quase que obrigada a finalizar esse post com a frase que talvez seja a
mais marcante do filme:
"We accept the love we think we deserve”.
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Logan Lerman e Emma Watson |
“A gente aceita o amor, que acha que merece”.
Dava para ser melhor?
Direção: Stephen Chbosky | Roteiro: Stephen Chbosky | Produção: John Malkovich, Lianne Halfon e Russell Smith
Amo esse filme
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