Garota interrompida narra o período de internação de uma adolescente de 18 anos, chamada Susanna, em uma clínica psiquiátrica. Após uma tentativa de suicídio e de um crescente desgosto pela vida, a menina se interna voluntariamente, onde permanece por 2 anos. A história é verídica e contada a partir do ponto de vista da própria autora, mas ao longo da narrativa foram anexadas fichas e relatórios médicos analisando a evolução da paciente.
A primeira parte do livro trata da experiência de Susanna no hospital, como eram as instalações, as outras pacientes, as enfermeiras, sua rotina, suas crises e os motivos que a levaram a estar ali. A segunda parte, trata da sua vida após o diagnóstico e da alta, sua análise sobre a loucura e o peso que essa sombra do passado causam em seus dias atuais.
Muitos de vocês podem ter visto o filme que tem Angelina Jolie no papel de Lisa e Winona Ryder no papel de Susanna. Pelo pouco que me lembro do filme, acho que é bem diferente do livro.
Comentários
Minha análise sobre a obra é que ela é mediana. Não é um livro difícil de ler e o tema é interessante. Entretanto, é uma narrativa simples, sem grandes surpresas. Eu imaginei que fosse ser muito mais marcante e dramático, mas na verdade a leitura é bem leve. Eu li em 4 dias, parte no celular, parte no pc e foi bem tranquilo. Penso, que por ser tão honesto como retrato da realidade, ele não pôde ser mais. Porque a vida da gente é assim mesmo, quando colocada cruamente em palavras, não soa grande coisa. Ou então a autora não soube trabalhar bem todo o potencial e força da sua história pessoal.
Mas, curiosamente, o livro começa a ficar mais interessante do meio para o final, ou seja, após a saída de Susanna da clínica. É o momento onde a narração cede espaço ao fluxo de pensamento, e em que a autora debate a questão da loucura, da psicanálise, do preconceito. É nessa hora que ela suscita algumas perguntas: o que de fato é a loucura? Tem cura? Eu posso ser tida como louca em algum momento? Até onde vai o poder da ciência para diagnosticar ou curar alguém? Qual a diferença entre cerébro e mente?
Eu terminei o livro bem contente e pensativa. O que me deixou feliz. Aliais, ao contrário do que possa parecer o livro não é triste. Até porque as personagem são bem descontraídas e irônicas. Eu recomendaria a leitura para as férias, ou para uma viagem chata para a casa do tio-avô. Sabe, aqueles momentos em que você tem tempo de sobra e espaço para pensar e disponibilidade para sorrir sem ninguém por perto.
O mais importante é que yeah! Meu readers block está passando. Já estou ingressando em outro livro do Machado de Assis. Depois conto para vocês como foi!