As entranhas roendo-se. Umas as outras: as paredes se grudam, encostam e separam. Rios de ácido escorrem de mim e por mim. E a vida flui. Volúvel e impassível.
Caminhos estranhos por onde a dor percorre. E se implanta e suplanta, um órgão em mim, um pedaço meu. Um ângulo de dor se forma: singelo e pungente. E toda paz se esvai, fico voltada para a dor, inerte e inquieta em minha cadeira, em minha poltrona, em minha cama.
A vida não para por mim. Ela não espera a dor passar. A dor é quem espera a vida decidir, se vai deixar ficar ou ir. Eu espero pelas duas.
Estou tentando mudar meus hábitos e algo está se modificando de dentro para fora. Penso mudar o que me torno enquanto tento relembrar quem fui. Mas a única que parece vencer nessa batalha é quem sou.
Só ela pode manobrar as ações que vibram em mim. Embora ela não pareça ligar muito para isso. As vezes ela apenas se senta e me olha, esperando que algo seja feito de mim. Por quem e como, nunca saberei.
Acho que é preciso um pouco mais de tempo para que a mente e o corpo, enfim se abracem. E se perdoem por não saber o que fazer de mim.
Ariana Mendonça
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Esse texto é uma homenagem à Gastrite, Um amigo, e ao Brás Cubas, todos eles predecessores da mudança :)
"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas" (1º prgfo de Memórias Póstumas de Brás Cubas do Machado de Assis)
A Dr. Gastrite manda em algumas ações quando tem vontade..rsrs.. Resta apenas esperar ela parar com o seu estresse e seguir em frente..kkkk
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