Como nessa vida é preciso variar
e também forçar risadas quando elas não vem naturalmente, decidi comprar um
livro de quadrinhos do Dilbert. Não sei o quanto o Dilbert é conhecido aqui no
Brasil, eu o conheci primeiro através do desenho animado que passava na
extinta Fox Kids tarde da noite nos idos do ano de 2003 . Para quem não
conhece, segue um trecho que retirei do site da L&PM: “Indignado com o mundo corporativo, ele (Scott Adams) resolveu usar a caneta para se vingar da
ex-vida-dura e, desempregado, começou a criar cartuns que satirizavam o mundo dos negócios. Foi assim que, em 1989,
em plena era yuppie, nasceu o personagem Dilbert.” Lembro que adorava o
desenho, porque todos os personagens eram mordazes e irônicos (mal sabia eu, que
não fica muito longe da vida real de uma empresa) embora eu ainda fosse
uma estudante do ensino fundamental, muito longe portanto, do mercado de trabalho. Atualmente sou funcionária de uma empresa que vende sistemas e “inteligência” (risada interna). Imagina o nível de identificação que atingi ao reencontrar esse quadrinho nos dias de hoje?!
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O Dilbert, esse aí de cima, é o
personagem principal da tirinha. Ele “tem
30 anos, é engenheiro e trabalha numa empresa californiana de alta tecnologia.
Prefere os computadores às pessoas. Trabalha fechado em cubículos, veste roupas
sem graça e a sua barriguinha revela as longas horas de trabalho sedentário. É
o mais famoso da família Adams. Vive com o seu cão, Dogbert (se bem é mais
exato dizer que seja Dogbert quem possui Dilbert, dada a relação debochadamente
assimétrica entre os dois - por "assimétrica" leia-se: Dogbert
manipula a Dilbert sem que este ou perceba, ou reconheça).”
Acabei
comprando o livro “Preciso de Férias!”, enquanto perambulava pela Av. Paulista, em uma viagem que fiz recentemente à São
Paulo. Ri boa parte da noite. Gargalhei
em dobro quando comecei a associar os personagens aos meus colegas de trabalho
(não conto nem se tiver a vida ameaçada quem é quem) e percebi o quanto é bom
fazer piada de si mesmo, e da própria desgraça.
Eu que sou
tão séria e focada na maior parte do tempo acabo me exaurindo por coisas que
não valem a pena, enquanto esqueço de prestar atenção e sorrir para as pessoas
que de fato importam na minha vida. Sei que isso também deve ocorrer com boa
parte das pessoas, que assim como eu, são sugadas pelo trabalho. Hoje em dia
quem não é? Uma em cada dez pessoas ama seu trabalho, os 90% restantes o fazem
pela grana, que quase sempre é insuficiente. Ou seja, a única motivação que
você TEM para trabalhar quase nunca o SATISFAZ.
É como comer
quilos de jiló por mês porque faz bem a saúde, e no final perceber que se
ganhou 3 segundos à mais de vida/mês. Eu abriria mão desses míseros segundos e
teria ido comer uma costelinha no Outback!! A pena é que simplesmente não podemos abrir mão do trabalho, porque não se vive no mundo real sem grana, portanto, batalhamos arduamente por esses "3 míseros segundos", correndo atrás do próprio rabo de segunda à sexta-feira. Aproveitando o momento oportuno vou parafrasear
Bukowski em uma de suas melhores conclusões: "Como, diabos, pode um
homem gostar de ser acordado às 6h30 da manhã por um despertador, sair da cama,
vestir-se, alimentar-se à força, cagar, mijar, escovar os dentes e os cabelos,
enfrentar o tráfego para chegar a um lugar onde essencialmente o que fará é
encher de dinheiro o bolso de outro sujeito e ainda por cima ser obrigado a
mostrar gratidão por receber essa oportunidade?( Factótum, pág.107)”
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Por todos esses pensamentos,
gargalhadas e epifanias decidi que o Dilbert merecia um post. Pode não ser
literatura, mas para mim é poesia. Afinal, poesia é tudo aquilo que eleva o espírito,
seja através de lágrimas ou sorrisos. Dessa vez, benditos sejam os deuses, fui
elevada à um semi-nirvana por gargalhadas sonoras.
Finalmente, gostaria de agradecer ao meu chefe e colegas de trabalho. É por vocês que estou aqui :D
Finalmente, gostaria de agradecer ao meu chefe e colegas de trabalho. É por vocês que estou aqui :D
Se você quiser curtir algumas
tirinhas do Dilbert, existe um blog bem legal que traduz algumas para o
português: dilbertbrasil.blogspot.com.br
Fontes:
Uma empresa que vende ""inteligência"" não pode deixar os colaboradores cada vez mais ultrapassados e rotineiros...
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