Já havia ouvido falar muito bem desse documentário de Pedro Arantes chamado O Riso dos Outros. São apenas 50 minutos de duração, que de tão bons correm como se fossem 50 segundos. E o título do documentário não poderia ser mais acertado. Embora eu deva dizer que a grande parte do sucesso se deva ao trabalho perfeito de edição (me refiro ao encaixe não-técnico entre os tapes). Ao meu ver ela foi a grande responsável por dar as respostas exatas às perguntas que vão surgindo ao longo do vídeo:
- Qual o limite da piada?
- O que é liberdade de expressão?
- É correto fazer piada com as minorias?
- De que lado o politicamente incorreto está?
- É possível falar o quiser e depois dizer que foi apenas uma piada?
- A comédia tem responsabilidade social e política?
Essas são algumas das perguntas feitas indiretamente ao longo do documentário, que vão sendo respondidas pelo próprio elenco de maneira muito clara e objetiva. A grande lição que fica, é que a comédia é um dos gêneros mais fáceis e também um dos mais difíceis de serem feitos. É fácil se você quiser fazer piadas batidas, preconceituosas e pouco inteligentes. E muito difícil se você quiser contestar um padrão, conscientizar e ser criativo. Contudo, como é citado no documentário, o principal é você definir primeiramente de que lado você está - independentemente do assunto que irá abordar. É possível trabalhar o negro, o deficiente, a mulher e o gay (alvos principais das piadas) de modo respeitoso, de maneira que repensemos os seus lugares na sociedade, ao contrário de reforçar os preconceitos estabelecidos sobre eles.
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