Marguerite Duras (1914-1996) Francesa |
A resenha de hoje é sobre a fabulosa Marguerite Duras e o seu livro “O Amante”. O posfácio do livro nos conta que este foi um best-seller da época e que integrou o chamado “novo romance” francês. Infelizmente, ambas as afirmações não posso confirmar ou encorpar. Nunca estudei essa corrente literária e, em 1984– quando o livro foi publicado– ainda nem era nascida para atestar a veracidade do sucesso. Oferto então minha visão nada acadêmica do livro.
O posfacio de “O Amante” faz um adendo das características da corrente “novo romance”. O que ajuda a compreender a narrativa complexa da autora. Obras do tipo incluem: “o desrespeito à linearidade temporal, em prol de uma narrativa que se permite ir e vir livremente no tempo; a apresentação ao leitor de várias possibilidades paralelas para um único fato, entre as quais o autor se recusa a optar; a redução de enredo a muito pouco, o que leva à exploração exaustiva ou à repetição de certas cenas ou situações; a desatenção ao ‘interior’, à psicologia das personagens, resultante de uma descrição minuciosa, ‘objetiva’, de seres e coisas – daí a designação que lhe foi aplicada de ‘escola do olhar’.”
Confesso que tenho muito mais livros escritos por homens. Mas adoro as escritoras. Porque penso existir algo, que só as mulheres podem ofertar à literatura. Já me aventurei por Simone de Beauvoir, Betty Friedam, Silvia Plath, Anne Frank, Cecília Meirelles, Floberla Espanca, Ligia Fagundes Teles, Anne Rice e quiçá Stephenie Meyer. Mas nunca nenhuma mulher havia conseguido me dar, o que Marguerite Duras (nascida Marguerite Donadieu) me deu. Acredito que o papel da mulher quando escreve é apresentar a sua sensibilidade ao mundo, criar da maneira oposta da que cria o homem, apresentar o outro lado da moeda. O nosso lado. Mas sinceramente, não gosto de ver um excesso feminilidade pingar das páginas. Acho clichê. Acho que é o que esperam de nós. Isso é dar pouco. A nossa alma é um poço sem fim. Ofertar a água fresca da superfície é pouco demais. É ofertar nem a metade de si.
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